3.10.06

hóspede


Não é uma pregadeira, é mesmo uma libelinha que estava caída com a chuva no passeio... amanhã de manhã vai ser libertada.
E com isto lembrei-me do livro de Jane Goodall
"motivo de esperança-um percurso espiritual" na parte final em que diz

"Sucedeu quando eu tinha menos de um ano. Estava sentada no meu carrinho, á porta da mercearia. A ama estava a fazer compras dentro dessa loja. Uma libélula começou a esvoaçar em meu redor e eu desatei a gritar- tanto que um bem intencionado transeunte atingui a libélula com o jornal que trazia na mão, esmagando-a em seguida com o pé. Continuei a chorar todo o caminho até casa.(...)
Ouvi esta história pela primeira vez apenas há cinco anos atrás. (...)
Mas o facto de recear o insecto não significa desejar a sua morte. Se fechar os olhos, posso ainda ver com uma clareza quase insuportável as magníficas asas ainda trémulas, o "rabo" azul brilhando á luz do Sol, a cabeça esmagada contra o passeio. Aquele ser tinha morrido por minha causa, provavelmente em sofrimento. Gritei devido a uma revolta inútil e a um terrível sentimento de culpa.
Talvez tenha vivido toda a minha vida a tentar atenuar essa culpa. Talvez a libélula fizesse parte de algum propósito, destinado a trazer uma mensagem a uma criança pequena, há tantos anos atrás. (...)"

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